domingo, 29 de abril de 2007

O saber não ocupa lugar... ao sábado

Partindo da ideia de que o saber não ocupa lugar - mesmo ao sábado - aqui fica o convite para a terceira conferência do Ciclo "A Psicologia e Outros Saberes"

quinta-feira, 19 de abril de 2007

"Universidade: Mudança, Polémica e Diálogo”,


Realizou-se no dia 18 de Abril, pelas 18h, a segunda conferência do Ciclo "A Psicologia e Outros Saberes". A mesma foi proferida por António Coimbra de Matos (Psicanalista Didacta e Psiquiatra) e por José Manuel Canavarro (Pró-Reitor da Universidade de Coimbra e Professor de Psicologia da FPCE da UC), com o Vice-Presidente da Associação Académica da UA como moderador.


terça-feira, 17 de abril de 2007

Apresentação dos Oradores da Conferência "Universidade: Mudança, Polémica e Diálogo"

NOME: António Coimbra de Matos

. Psicanalista didacta

. Professor convidado:
- da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação de Lisboa
- do ISPA - Instituto Superior de Psicologia Aplicada

. Livros publicados:

- A DEPRESSÃO: Episódios de um Percurso em Busca do seu sentido. Climepsi, 2ª. Ed., Lisboa, 2007.
- O DESESPERO: Aquém da Depressão. Climepsi, 2ª. Ed., Lisboa, 2007.
- ADOLESCÊNCIA: O Triunfo do Pensamento e a Descoberta do Amor. Climepsi, Lisboa, 2002.
- PSICANÁLISE E PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA. Climepsi, Lisboa, 2002.
- MAIS AMOR/MENOS DOENÇA: A Psicossomática Revisitada. Climepsi, Lisboa, 2003.
- SAÚDE MENTAL. Climepsi, Lisboa, 2004.


NOME: José Manuel de Albuquerque Portocarrero Canavarro

. Pró-Reitor da Universidade de Coimbra e Professor Auxiliar, com nomeação definitiva, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

. Representa o Partido Social Democrata no Conselho Nacional de Educação, por eleição do respectivo Grupo Parlamentar.

. Presidente do Conselho Científico da Associação Empresários pela
Inclusão Social (EIS).

. Entre outros cargos de relevo regional e nacional, foi Assessor do Presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro (1991 a 1995), Vogal de Comissões de Avaliação Externa do Ensino Superior, área da Educação (2000 e 2004), Delegado Regional do Centro do IEFP (2002), Pró-Reitor da Universidade de Coimbra (2004) e Secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa do XVI Governo Constitucional (2004 a 2005).

segunda-feira, 16 de abril de 2007

O Ciclo de Conferências continua...

No próximo dia 18 de Abril tem lugar, pelas 18 horas, no Auditório da Livraria da Universidade de Aveiro, a conferência intitulada "Universidade: Mudança, Polémica e Diálogo”, proferida por António Coimbra de Matos (Psicanalista Didacta e Psiquiatra) e por José Manuel Canavarro (Pró-Reitor da Universidade de Coimbra e Professor de Psicologia da FPCE da UC), com Luís Ricardo Ferreira (Presidente da Associação Académica da UA) como moderador. A referida conferência é a segunda do Ciclo de Conferências Psicologia e Outros Saberes, que decorre de Março a Junho.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Entrevista a José Almeida e Costa no Diário de Aveiro (11 de Abril)

José Manuel Almeida e Costa, co-fundandor da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar, defendeu, em entrevista ao DA Saúde, que o núcleo familiar está, hoje, em «constante mutação». O Psicólogo é apologista de uma maior interferência dos terapeutas familiares na área hospitalar, nomeadamente nos IPO's e hospitais pediátricos, onde existem situações de crise emocional que importa acompanhar.

DA - Em que consiste a Terapia Familiar?
JAC - É um invento que surgiu durante os anos 50, que acaba por resultar, um pouco, da dificuldade que havia, na psiquiatria, de entender a esquizofrenia. Esta é uma das áreas de abrangência. A certa altura, começaram a perceber que havia comportamentos que apareciam, quando os familiares estavam hospitalizados e a família aparecia, ou seja que o paciente, que a certa altura estava a recuperar, começava a receber visitas e a piorar. Então, começaram, de alguma forma, a relacionar em que medida é que…

DA - … o conceito de família…JAC - … o conceito de família afectava ou não o comportamento ou o sintoma de esquizofrenia. Este conceito nasce na Califórnia e na Costa Oeste dos Estados Unidos, onde começaram a abrir a ideia do conceito da relação individual à interacção. Passaram a preocupar-se com problemas de comunicação.

DA – Quando é que ela surge em Portugal?
JAC – Surge há cerca de trinta anos com um grupo de estudo, composto por oito pessoas, dos quais trabalhavam na droga, dois psicólogos, um trabalhava no centro de saúde mental infantil, e o resto trabalhava na clínica de psiquiatria do Hospital de Santa Maria.

DA – Porque decidiram criar a Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar?
JAC – Por acaso e necessidade. Eram três sítios diferentes, que trabalhavam com famílias e com pacientes e que, de repente, pensaram: porque havemos de deixar a família de fora? Depois, percebemos que não éramos os únicos a pensar nisso.

DA – Qual é a situação da terapia familiar em Portugal?
JAC – Acho que a terapia familiar está, neste momento, a dar uma grande volta, porque, de facto, em termos institucionais, mantém, ainda, um interesse grande. Há locais onde deveria haver uma interferência maior junto das famílias do que há. Estou a pensar, por exemplo, no IPO, nos hospitais pediátricos, etc., onde, efectivamente, ela não aparece muito. Ou seja, são situações que desequilibram as famílias e era importante que a terapia familiar interviesse, bem como ter um fazer mais uma intervenção de risco.

DA – Até porque há famílias completamente desestruturadas.

JAC – Sim, as chamadas famílias multiproblemáticas. Está na moda usar este conceito, porque multiproblemáticos somos todos. Há uma ideia generalizada de que o conceito é mais aplicado, se quiser, às famílias frustres, de baixo nível cultural, vivendo mal do ponto de vista económico e inventaram este nome de famílias multiproblemáticas, ainda que hajam famílias multiproblemáticas em contextos de classe social alta.

DA – Quais são as maiores necessidades da Terapia Familiar em Portugal?
JAC – A necessidade é conhecida. A Terapia Familiar foi introduzida em Portugal e na Europa com toxicodependentes, pelo Centro de Estudos e Profilaxia da Droga e era considerado arriscado e pouco útil trabalhar com toxicodependentes. Hoje, toda a gente trabalha. Hoje, qualquer CAT (Centro de Atendimento a Toxicodependentes), em Portugal, arrisco a dizer, tem uma visão “familiarista”, ou seja, fazem uma intervenção mais alargada e há centros, hoje, que estão mais virados a ir ao encontro do local onde as pessoas vivem.

DA – Na área hospitalar, seria importante e imprescindível avançar com este conceito?

JAC – Acho que seria, porque se tratam de situações de crise. Repare-se que há, também nos Estados Unidos, Centros de Crise de Intervenção Familiar, ou seja, centros que são chamados e eles vão a casa das pessoas e aos hospitais e há nos hospitais, também, muitos dispositivos montados para fazer o acompanhamento das famílias. Por exemplo, quando se tem de comunicar uma má noticia, não é como cá, há todo um trabalho prévio antes das coisas serem consumadas e, depois, há um acompanhamento “ a posteriori”. Antigamente, colocavam-se as pessoas à porta e, hoje em dia, já não é assim.

DA – Há uma maior transparência…JAC – Mais até nos médicos de família e foi até o Daniel Sampaio que introduziu, de alguma forma, este conceito na medicina geral e, hoje, é uma disciplina obrigatória.

DA – Há sensibilidade das famílias para receberem esta terapia?
JAC - Há, depende também do terapeuta. Nunca tive a menor das dificuldades.

DA – Não há uma reacção defensiva…?
JAC – As coisas têm mudado um pouco. Antigamente, por exemplo, em relação à toxicodependência, os pais estavam muito preocupados; hoje, os pais já têm uma cultura sobre a droga maior do que tinham. Hoje, vê-se mais a Terapia Familiar a trabalhar com casais e filhos de toxicodependentes e os pais já estão noutro patamar.

DA – Face a que patologias se recomenda a Terapia Familiar?
JAC – Penso que todas são passíveis de Terapia Familiar, depende muito da postura. Penso que todos os terapeutas familiares mudaram um pouco a sua postura e não se preocupam em saber muito o que se passa com o indivíduo, mas interessa-lhes saber como o indivíduo está inserido no meio. Portanto, de alguma forma, hoje em dia, estamos interessados em saber como é que determinados indivíduos que estavam destinados a ter um mau futuro, conseguem ter um bom futuro. Por exemplo, como é que é possível que de um determinado bairro, de repente, aparecem pessoas que seguem uma carreira e acabam no MIT.

DA – Para si, enquanto psicólogo, é mais difícil trabalhar um núcleo familiar ou um individuo?
JAC – Hoje, trabalho uma pessoa, individualmente, numa perspectiva familiar.

DA – Como analisa o núcleo familiar dos nossos dias?

JAC – O núcleo familiar está, hoje, em constante mutação. Já não há família de papá, mamã e filhos. Hoje o que chamamos de Terapia Familiar começa a ser um eufemismo. A Família está em constante mutação.

DA – E hoje há a “aldeia global”…
JAC – E essa é “outra história”, em que cada vez mais as pessoas passam a vida sozinhas, agarradas a um computador e, hoje, há uma perspectiva completamente diferente das relações interpessoais.