domingo, 29 de abril de 2007

O saber não ocupa lugar... ao sábado

Partindo da ideia de que o saber não ocupa lugar - mesmo ao sábado - aqui fica o convite para a terceira conferência do Ciclo "A Psicologia e Outros Saberes"

8 comentários:

Anônimo disse...

Tenho assistido ao que os meus afazeres profissionais me permite, e pergunto-me: onde pára a "dita concorrência" da vossa clínica???
Será uma invejazita, ou invejazona?
Enfim, seja o que seja, parabéns e continuem: estou a adorar!
No sábado torno a ir!
Paulo

Anônimo disse...

Um católico...
Um ateu...
Xiiiiiiiii....
Haja um Deus que os modere!
Ou Deusa...
António

Anônimo disse...

O saber não ocupa, é bem certo!
Mas eu vou ocupar!
Espero que alguém me guarde lugar, pode ser?
Agradecida

Anônimo disse...

não sei se é deusa, mas que trouxe dois exemplares do Olimpo, é verdade. Com tais conhecimentos e reconhecimentos, a Deusa deve ser uma craque...
e perigosa...
é caso para dizer...Deus, Freud ou os Macons, nos acudam..

jd disse...

A propósito de inveja, segundo Sónia Soares Coelho:

A Inveja Mata!

Do latim invidia, o vocábulo Inveja significa “desgosto ou pesar pelo bem dos outros”, segundo o Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa, de António Geraldo da Cunha. A sua primeira ocorrência documentada na língua portuguesa data de XVI, enquanto que as suas variantes “enveja” e “ivega” datam, respectivamente, dos séculos XIII e XIV, mas sempre com a mesma acepção. Neste sentido, parece que “inveja há só uma”.
Todavia, esta unicidade não lhe retira a força, bem pelo contrário. O Povo proclama, sabiamente, o seu poder, enfatizando-lhe a destruição inerente, ao afirmá-la mortal. E, pese embora a dureza do provérbio, esta é uma constatação inegável para todo o humano. Enquanto pessoa, sinto-a bastas vezes; enquanto profissional, praticante de psicanálise e de psicoterapia psicodinâmica, constato-a na clínica diária, na procura dum equilíbrio de forças que oscila do normal ao patológico, tendendo, por razões óbvias, para este último.
(De)Formação profissional assumida, interessa perceber a dinâmica de forças pulsionais que embebe os mecanismos psíquicos invejosos. Do ponto de vista epistemológico, o termo inveja ganha estatuto de conceito psicanalítico pelas mãos de Melanie Klein, em 1924, pretendendo designar um sentimento primário e inconsciente de avidez em relação a um objecto que se quer destruir ou danificar. Cabe informar que, no jargão psicanalítico, “objecto” é, essencialmente, sinónimo de pessoa, daí que se fale, por ex., de “objecto de amor” e de “objecto de ódio”.
Se Freud é, indubitavelmente, o grande teórico da sexualidade humana, Klein é, para muitos, a grande clínica da agressividade e da relação odiosa do Homem com o seu semelhante. Assim, se a inveja aparece desde o nascimento, o combate entre amor e ódio dura toda a vida, transformando-se numa fonte de perigos nas relações humanas.
No bebé, as pulsões de vida / libidinais e as pulsões de morte são dirigidas, ora à mãe que satisfaz, ora à mãe que frustra. Ab initio, não existe a percepção de que “estas mães” são, no fundo, uma só, até que – deseja-se! – o bebé consiga percepcionar a mãe enquanto objecto total. Deste modo, torna-se, progressivamente, capaz de adequar as suas respostas aos afectos experienciados, contrariando esta disposição inata para uma destrutividade, um ódio e uma inveja excessivos. Para mais, os sentimentos de culpabilidade que advém desta compreensão ajudam à assumpção do desejo de reparação, com consequente nascimento da gratidão (termo que, na dialéctica kleiniana, se opõe à inveja).
O invejoso (à semelhança do psicótico) está amputado deste salto qualitativo! Tal como Sísifo, parece condenado, perenemente, a responder de modo primário e arcaico a necessidades e frustrações. Abominavelmente limitado, o invejoso torna o ódio invejante numa resposta única à frustração, uma vez que esta lhe faz nascer o fantasma (ou fantasia) de que alguém guarda para si aquilo de que se sente privado. As pulsões destrutivas coexistem com a inveja e com a angústia intensa e persecutória, complexificando o processo. De facto, para o invejoso a questão já não se coloca só no desejo de possuir aquilo que é suposto que o Outro frui (algo mais consonante com o ciúme), mas também na vontade de destruir essa fruição, ou mesmo de destruir aquele que dela goza, mas que pode igualmente dar. Daí, também, a necessidade de salvaguarda do Povo que, não querendo ser tido como cobiçoso, imediatamente antes, ou após, o elogio a alguém, se apressa a pronunciar: “Não desfazendo...”.
O invejoso pujante omite Eros, coroando Thanatos. Enganado, considera que, ao matar o Outro (ainda que simbolicamente), consegue anulá-lo e incorporar as suas qualidades, as tais que desdenha por as querer. É este o grande embuste daquele que inveja! É isto que o torna tão incomensuravelmente tacanho, ou doente, impedindo-o de alcançar o estatuto de desprezível. É isto que faz com que um “morto-vivo” almeje alcançar a anima através da calúnia e do roubo da alma de outrem! A gatunagem do fogo dos Deuses, de per si, mostra-se insuficiente, …, sem Deus que o governe.


Sónia Soares Coelho *

*
• Directora Clínica da Mentanalysis;
• Docente do Instituto Superior Miguel Torga.
• www.mentanalysis.com

Anônimo disse...

Será que a tal da concorrência entende o artigo???
As dúvidas persistem!
Sábado vê-se!

Anônimo disse...

Com dois conferencistas de tanto brilho e sapiência, de facto, só faltava mesmo uma Deusa, que me parece ser a tal de vermelho:)
Dessa, dizem por aí, que é ateia... de quem não tem amor ao espírito crítico e à capacidade de pensar.E católica... do amor ao conhecimento!
Não vejo pois, melhor programa, para um sábado do que este! Abençoada Mentanalysis:já fazia falta um lugarzinho assim!!

Anônimo disse...

Os Deuses têm - sempre e inevitavelmente! - pés de barro.
Assim, parece sensato e mais profícuo que o enfoque se dirija aos digníssimos conferencistas.
Decerto que o brilho intelectual que irradia dos mesmos ofusca qualquer outro colateral ou, atentando para a posição geográfica, mediano.;-)
Fiquem bem e até sábado!
SSC